Quinta-feira, 13 de Janeiro de 2011

Uma vez ouvi, ainda bem novinho, uma ‘tese’, no tempo em que tudo eram ‘teses’ e ‘antíteses’ e ‘sínteses’, apesar do vazio dos termos quando cuspidos pelas bocarras em causa, segundo a qual o amor era uma doença da qual se pode curar quem a Fortuna bafeja. Admirado como nunca, gritei no silêncio de todos os meus gritos se era verdade, se tinha cura. Claro que só o silêncio, gritado ou não, de quem falava respondeu ao meu. Desde aí a ideia fascina-me. Curar-me daquilo que maior infelicidade traz às gentes. Porque, não me venham com cantigas, a felicidade esporádica, pontual, momentânea é pouca quando comparada com os tormentos. É por isto que sorrio quando me perguntam o bom velho, E então, como andamos de amores. Sorrio porque só eu me rio da resposta que não dou, Andamos mal, obrigado. Queremos ver se se mantêm afastadinhos, como a peste. Definitivamente, sou mais livros.



# Tiago Moreira Ramalho às 21:53 | | comentar | (1)

Perdi a cabeça. Em dois dias comprei Gogol, Pavese, Cesariny e Beckett, em papel; Ray Charles, Jaques Brel, Nat King Cole e Leonard Cohen em disco compacto. Claro que aproveitei descontos portentosos, mas gastei a maquia que ia ganhar nos dois dias seguintes com o trabalho árduo a que me prestei. Tudo a bem de umas férias felizes e pouco povoadas. As férias de um misantropo.



# Tiago Moreira Ramalho às 21:00 | | comentar

Domingo, 2 de Janeiro de 2011

Às vezes dizem-me, Tiago, que és tão pessimista. E eu, todo cheio de mim, como se fosse suficiente sequer para me encher, respondo que não, que não sou pessimista, que apenas não olho para o mundo com as lentes estragadas com que os idealistazinhos de esquina olham. Partamos do pressuposto simples de que não houve tão boa gente a clamar a miséria humana para nada. Ela existe. A interior, a exterior e as outras, que sobram, que para nós não há teoremas de alternativa que nos impeçam de prosseguir uma frase. E mesmo nos casos em que não se nota miséria humana, há uma certa constância na infelicidade fundamental das gentes. E aqui diferenciam-se os infelizes conscientes – pessimistas – e os infelizes inconscientes – parvos, também chamados optimistas. E fiquemos por aqui, que não vale de muito alongarmo-nos, que ainda desgraçamos os tendões.



# Tiago Moreira Ramalho às 00:04 | | comentar | (3)

Sábado, 1 de Janeiro de 2011

 

As eternas opções: abrir a janela ou fechá-la.



# Tiago Moreira Ramalho às 18:05 | | comentar | (2)

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# Tiago Moreira Ramalho às 17:58 | | comentar

Claro que tal nos leva a um ponto interessante. O desenho permite-nos fugir da confusão, a escrita obriga-nos a resolvê-la. Se queremos retratar a nossa confusão com carvão ou tinta, basta uns círculos, umas elipses, umas linhas quebradas et voilà, temos uma masterpiece do nosso Eu. Se queremos, por outro lado, conforto junto das letras, temos de pensá-la, dissecá-la até a conseguirmos por em palavras. Porque as palavras, ao contrário dos riscos, impõem a razão. É por isso que a escrita é a arte maior.



# Tiago Moreira Ramalho às 17:18 | | comentar | (3)

A escrita tem uma limitação que o desenho não tem. Quando não sabemos o que queremos desenhar, mas ainda assim queremos fugir, podemos pegar num lápis, numa caneta e riscar tudo até que passe. Na escrita não. A menos que queiramos ser daqueles poetas manhosos cujos poemas são mistérios até para eles próprios, fenómeno de que já se falava no tempo de Sócrates, ou bem que escrevemos um texto coerente, ou bem que gritamos. Começar a juntar palavras aleatoriamente como forma de expressão de confusão interna, de deriva, de falta de rumo é sinónimo de simples demência.



# Tiago Moreira Ramalho às 17:18 | | comentar

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Tiago Moreira Ramalho

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