Foi ontem a manifestação contra o casamento homossexual. Diziam os promotores que era uma manifestação contra o casamento homossexual, coisa que não me chocaria, pois há bons argumentos contra o casamento homossexual. Mas a verdade é que as imagens que José Pacheco Pereira publica no seu
blogue mostram que a manifestação não era só contra o casamento homossexual. Em grande medida, os que ali estavam manifestavam-se contra uma «perversão» a que a «liberdade», a deles, não dá direito. Manifestavam-se contra a homossexualidade. E uma manifestação assim, meus caros, não tem nome. Perdão, mas não consigo mesmo encontrar algo para designar o sentimento de repulsa que me provoca esta estirpe da espécie humana – sim, porque não somos todos iguais e eu não trato de modo igual aquilo que é diferente e assim. As imagens que aqui reproduzo, retiradas do blogue de José Pacheco Pereira, mostram as extraordinárias famílias que a Pátria tem: mostram crianças, várias crianças, que foram levadas para a manifestação e às quais se vestiram camisolinhas de protesto e se deram cartazinhos de ódio. Pais e mães indignos de tal designação vão para as ruas gritar que eles é que estão bem, eles é que estão certos e que a «sociedade» não pode aceitar os outros, os impuros, que os queime o enxofre.
Para além das crianças, no sentido literal do termo, também lá estava D. Duarte Pio de Bragança, um homem que diz que quer ser Rei e também lá estavam grupos de extrema-direita, ao lado dos bons pais e ao lado do bom pretenso Rei. Foi, portanto, um lindo get-together, digno de um Portugal que eu gostava que não existisse e que cada vez mais me dá vontade de ver pelas costas.