Umas vezes m’espanto, outras m’avergonho. Desta, não sei que me deu, mas não fiquei decerto igual depois de ler este pequeno
post do João Miranda. Perguntei-me se seria apenas exercício de estilo, apenas desabafozinho sem intenção, mas, seja o que for, é um disparate. Aliás, prova bastante bem que o João Miranda (i) não sabe o que é o bullying e (ii) não sabe o que é uma criança, o que me leva a querer que já tenha nascido assim, que é como quem diz, adulto. Um conselho que dava ao João Miranda, que eu sou boa pessoa, era que fosse um dia, um único dia, a uma escola ver realmente o que é bullying, ver as diferenças de poder entre bully (ou gangs) e vítima, ver a infelicidade por que miúdos mais novos passam (e que, muitas vezes, leva a muito mais) sem, precisamente, se queixarem por terem pais que, como o João Miranda, acham que desde os cinco, seis, sete, dez anos as suas crianças devem resolver os seus problemas sozinhas. Pelo que vejo, muito me alegro de haver poucas crias na nossa terra. Muito mesmo.