«But one of the great advantages of democracy is that it does not depend for its legitimacy on continuing high levels of economic growth, as the Chinese system does»
Esta frase, constante no ensaio que Francis Fukuyama publicou na
Spectator (via
Luís Naves) deveria ser o ponto de partida para qualquer discussão sobre a estranha vaga de endurecimento das democracias por esse mundo fora ou sobre qualquer regime que, sendo autoritário, é bem aceite pela população. A verdade, meus caros, é que ao contrário dos regimes democratas e liberais, os regimes autoritários necessitam de constante legitimação, por não a deterem intrinsecamente. Os Jogos Olímpicos de Pequim são exemplo disto, tal como o eram os carros alemães. Podemos tentar procurar fontes de legitimação para a China, podemos tentar acreditar que o regime é bem aceite pelo povo, mas a verdade é que quando a bolha rebentar e a riqueza parar de crescer, apenas a liberdade restará. E os povos costumam ser tolos o bastante para trocar a liberdade pelo pão, mas raramente são tolos ao ponto de se permitirem viver sem uma coisa nem outra.