Não somos capazes de suportar a ideia de que aqueles de quem mais gostamos são completos idiotas. É para nós inconcebível que quem recebe as nossas mais elevadas considerações possa ser uma besta. E por isso, deparados com as excessividades comportamentais próprias da bestialidade comum, adoptamos a postura parental ou fraternal de nos sentarmos à mesa e discutirmos muito freudianamente as raízes de tais acções. Formalizamos teses, atiramo-nos ao debate interior, tudo para justificar, ou pelo menos para encontrar uma motivação lógica e ‘humana’ para tamanhas alarvidades. A lição, no entanto, é muito simples: gostando ou não, é bem provável que os nossos mais-que-tudos sejam assholes irremediáveis. E dada a volatilidade destas mais-que-tudices, mais vale cortar os males pelas raízes.